Refletindo tendência de alta, pedidos de recuperação judicial subiram 8,7% em janeiro
- Pedro Carvalho e Silva
- 26 de mar.
- 2 min de leitura
O primeiro mês de 2025 registrou 162 pedidos de recuperação judicial no Brasil, um aumento de 8,7% em relação a janeiro de 2024, segundo dados da Serasa Experian. Desse total, 79,6% foram solicitados por micro e pequenas empresas, evidenciando a vulnerabilidade desses negócios. O setor de serviços liderou as requisições, com 54 casos, seguido pela indústria (47), setor primário (42) e comércio (19). Em contraste, os pedidos de falência caíram 20,3%, passando de 69 em janeiro de 2024 para 55 no mesmo período deste ano.
Em 2024, o Brasil atingiu um recorde histórico de recuperações judiciais, com 2.273 solicitações, um aumento de 61,8% em relação a 2023. As micro e pequenas empresas foram as mais afetadas, com 1.676 pedidos (78,4% a mais que no ano anterior). O setor de serviços concentrou a maior parte das requisições (928), seguido pelo comércio (575). Já os pedidos de falência somaram 949 em 2024, uma queda de 3,5% ante 2023, com destaque para o setor de serviços (416 casos).
Diversas empresas de grande porte recorreram à recuperação judicial em 2024, refletindo os desafios econômicos do período. A Gol Linhas Aéreas, por exemplo, ingressou com o processo nos EUA, listando dívidas de R$ 20.17 bilhões. A varejista Casas Bahia optou pela recuperação extrajudicial para negociar uma dívida de R$ 4,1 bilhões, enquanto a Bombril, em fevereiro de 2025, protocolou pedido devido a passivos tributários de R$ 2,3 bilhões.
Outros casos emblemáticos incluem a SouthRock (operadora da Subway no Brasil), que perdeu a licença da franquia, e a rede Dia Brasil, que fechou 43 lojas antes de entrar com o pedido. A Casa do Pão de Queijo também recorreu à Justiça, com dívidas de R$ 57,5 milhões.
Esses exemplos ilustram a pressão enfrentada por empresas de diversos setores, destacando a necessidade de reestruturações para manter suas operações.
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